quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Pesquisadores encontram inimigos naturais da helicoverpa.

Uma boa notícia chega do campo para o campo. Pesquisadores da Comissão de Defesa Vegetal da Superintendência Federal da Agricultura estão encontrando novos inimigos naturais contra a Helicoverpa armígera, e o que é melhor, muito eficientes. Nesta semana, o coordenador da Comissão de Defesa Vegetal, Wanderlei Dias Guerra, apresentou pelo menos dois insetos que podem ser utilizados no combate natural à praga que já é considerada o principal inimigo das lavouras brasileiras. Um desses inimigos naturais é uma mosca preta (díptero) que, segundo uma avaliação rápida e prévia, oferece 38.8% de controle. O inseto é um pouco maior que a mosca doméstica, mas também é encontrada em tamanhos menores. Ela se alimenta da lagarta. Também foi localizado um percevejo, muito parecido com o percevejo marrom, de alta agressividade contra a H.armígera. Ambos foram encontrados em lavouras do Mato Grosso. “É uma boa notícia que incentiva os produtores a continuarem investindo em manejo integrado. Aliás, percebemos os agricultores bastante conscientes neste sentido”, comemora, citando que, o próximo passo agora é investir na observação e pesquisa desses insetos, para colaborar na multiplicação deles. “É muito importante manutenção desses animais para o controle da lagarta, que vem atacando lavouras de grãos pelo país”, acrescenta.
Por outro lado, o pesquisador alerta que o uso de inseticidas piretróides mata todos os animais que controlam a Helicoverpa. Por isso, é melhor buscar o manejo integrado da lavoura, para encontrar a melhor solução para preservar os inimigos naturais da lagarta.  “Mais pesquisas são necessárias para identificar outros inimigos naturais e a forma de multiplicá-los”, expõem Guerra, citando, ainda,  a importância do Manejo Integrado de Pragas (MIP).

Controle
A principal medida do MIP é o monitoramento - ovos, larvas, pupas e adultos – que vai servir de subsídio para tomar decisão de táticas de controle. O controle biológico pode ser natural ou aplicado. O primeiro ocorre naturalmente e, conforme orientação do manual da Embrapa, pode-se favorecer esse controle biológico natural quando se usa inseticidas seletivos, quando se usa ações com que façam que esses indivíduos se multipliquem no ambiente naturalmente. Já no controle biológico aplicado se libera os inimigos naturais para o controle das formas da helicoverpa. Até então, a principal aliada estava sendo uma vespinha do gênero Trichogramma, que coloca seu ovo no ovo da helicoverpa. Em vez de nascer uma lagartinha, vai nascer uma outra vespinha. 
Existe também um grande número de parasitoides que parasitam as lagartas. Na safra 2013, na safrinha, 50% das lagartas coletadas na região de Cascavel estava parasitado por um parasitoide da família Tachinidae. Para o pesquisador e entomologista da Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados -MS), José Ávila, isso evidencia o potencial que tem o controle. “Existe controle também com ações de manejo integrado que é o controle cultural. Por exemplo, o calendário de plantio: se o produtor faz um plantio de forma concentrada e a janela de plantio seja mais estreita possível, é muito importante para reduzir a infestação da praga na cultura da soja, na cultura do algodão. O vazio sanitário também é muito importante, que é aquele período em que não se deve deixar plantas vegetando para não se constituir a ponte verde para o desenvolvimento da praga. O vazio sanitário é de extrema importância como estratégia de manejo”, orienta.  Ele menciona, ainda, que existe também a possibilidade de controle de pupa com nematoide entomopatogênico.  “Por último, a ferramenta emergencial que nós temos usado é o controle químico que funciona razoavelmente muito bem para helicoverpa se você aplica no momento certo e na dose correta”, conclui.
Fonte: O Presente Rural com informações de RuralBR

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